Bárbara Linhares Hostins (2013) Cultivo do camarão rosa Farfantepenaeus brasiliensis em sistema de bioflocos em diferentes temperaturas: berçário e crescimento compensatório

Cultivo do camarão rosa Farfantepenaeus brasiliensis em sistema de bioflocos em diferentes temperaturas: berçário e crescimento compensatório

Autor: Bárbara Linhares Hostins (Currículo Lattes)
Orientador: Dr Luis Henrique da Silva Poersch
Co-orientador: Dr Mario Roberto Chim Figueiredo

Resumo

O presente estudo objetivou avaliar o efeito das diferentes temperaturas no berçário e crescimento compensatório do camarão-rosa Farfantepenaeus brasiliensis em sistema de bioflocos (BFT). No primeiro experimento, pós-larvas de peso médio 0,015g foram cultivadas por 30 dias e expostas a 5 tratamentos com 5 repetições: 21°C, 24°C, 27°C, 30°C e 33°C. Cada unidade experimental recebeu 10% de inóculo de bioflocos. Ao final da fase de berçário, o peso médio foi crescente com a temperatura, sendo significativamente diferente (p<0,05) entre os tratamentos: 0,10g (21°C); 0,18g (24°C); 0,27g (27°C); 034g (30°C) e 0,49g (33°C). No entanto as sobrevivências foram maiores nas menores temperaturas, com 81% (21°C), 80% (24°C) e 80% (27°C) e menores nas temperaturas mais elevadas 65% (30°C) e 26% (33°C). A partir dos resultados de desempenho e qualidade da água obtidos, determinou-se que a temperatura adequada para o berçário de F. brasiliensis esteve entre 27 e 30°C. No segundo experimento os camarões foram aclimatados e reestocados à temperatura de 30°C, a fim de verificar o crescimento compensatório. Os tratamentos foram então nomeados da seguinte forma: 21°C (30), 24°C (30), 27°C (30), 30°C (30) e 33°C (30), com 5 repetições. Este experimento teve duração de 15 dias, sendo que foram reutilizados os bioflocos da fase de berçário. Como resultados, foi possível observar que 21°C (30) apresentou a maior taxa de crescimento específico (TCE) em relação aos demais tratamentos, demonstrando o crescimento compensatório. Este mesmo tratamento igualou o peso final a 24°C(30) e 27°C(30), evidenciando crescimento compensatório pleno. Já em relação a 30°C(30) e 33°C(30) os pesos finais se mantiveram menores, o que caracteriza crescimento compensatório parcial. As informações obtidas neste estudo podem ser importantes para o incremento do pacote tecnológico de cultivo de Farfantepenaeus brasiliensis principalmente em regiões que apresentam temperaturas mais baixas, nas quais a fase de berçário pode ser realizada durante a primavera, para posterior estocagem nas estruturas de engorda com o aumento da temperatura do ambiente.

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